Com apenas 19 anos, a estudante Georgia Gabriela Sampaio se destacou
no fim do ano passado ao vencer projeto de ideias inovadoras, da
Universidade de Harvard. A baiana de Feira de Santana foi até os Estados
Unidos para apresentar um projeto sobre endometriose. A proposta de
Georgia é criar um kit para fazer o diagnóstico da doença de forma mais
rápida e simples.
Georgia se interessou pela doença há três anos, quando uma tia teve
endometriose e precisou retirar o útero. “O caso dela foi complicado
porque ela passou muito tempo sem saber que estava com a doença e chegou
ao nível grave, e teve que tirar o útero. É uma doença que as pessoas
conhecem pouco. O diagnóstico final é muito caro e o inicial é
ineficiente. A ideia desse diagnóstico é apontar para a mulher que a dor
que ela sente pode ser uma doença muito grave”, explica a estudante. A
doença atinge de 10% a 15% das mulheres que estão em idade reprodutiva
e, além de provocar dores fortíssimas, pode causar a infertilidade.
Ela começou a fazer pesquisas, conversar com professores e acabou
recebendo a ajuda de um pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Foi quando surgiu a oportunidade de se inscrever no programa criado pela
Harvard que incentiva projetos de inovação social, desenvolvidos por
jovens de todo o mundo, que possam ter impacto na comunidade onde vivem.
Georgia atua em trabalhos voluntários em sua comunidade desde os 12
anos, realizando doações para crianças carentes.
Para ela, seu sonho é ver seu projeto sendo usado nos hospitais
públicos brasileiros. “Se você produzir um artigo científico e
apresentar para a Fiocruz, e eles conseguirem produzir um protótipo da
sua ideia, ela pode ser implementada em toda a saúde brasileira. O que
seria muito positivo, pois estaria à disposição da população. Meu alvo é
esse, colocar o diagnóstico de endometriose no SUS”, acredita Georgia.