A paixão das crianças pelas Histórias em Quadrinhos
Quem nunca teve o
prazer de pegar uma história em quadrinhos para ler e, de repente, se
viu longe, completamente imerso numa aventura instigante, rodeado dos
personagens preferidos? Sim, a leitura das histórias em quadrinhos
promove, sem dúvida alguma, um momento de relaxamento mental, em meio
aos problemas do dia a dia.
E engana-se quem pensa que esses “superamigos” da educação infantil
tiram das crianças o prazer pela leitura dos outros tipos de livros.
Porque, afinal, o hábito pela leitura é motivador e proporciona
bem-estar, além de aguçar a curiosidade do leitor.
Crianças amam gibis! Há muitas décadas eles cumprem um importante
papel em suas vidas, principalmente na fase da alfabetização, pois é
inquestionável a utilização que as histórias em quadrinhos estabelecem
nas salas de aula. Sem dúvida as histórias em quadrinhos são uma
proposta didático-pedagógica, que favorece, de maneira lúdica, o
incentivo à leitura, transformando o aluno, assim, em alguém com uma
visão mais crítica.
O papel dos quadrinhos na associação entre imagens e textos
Muitos especialistas garantem: o uso das histórias em quadrinhos
dentro do processo de formação de novos leitores se relaciona
diretamente com a forte presença das imagens em diálogo com o texto.
Estes são escritos de forma simples e direta, além de terem uma
comunicação extremamente clara e objetiva.
A narrativa, portanto, gira em torno de um conflito central em que
cada fato se mostra bastante definido.Com isso, a criança consegue
decodificá-los com facilidade, num esquema no qual o princípio, o meio e
o fim se fazem presentes – sempre com muita graça e humor – chamando
ainda mais a atenção das crianças!
A importância dos personagens e das histórias em quadrinhos na formação de jovens leitores
Não se pode negar que existe uma forte identificação das crianças com
os tais ícones da cultura de massa, assim como os super-heróis, que há
muito tempo mexem com a cabeça de leitores de todas as idades, fazendo
transbordar a imaginação. Os personagens são elementos de forte impacto,
que só reforçam a utilização dessas histórias na formação de leitores
em sua fase inicial.
Além disso, pode-se afirmar também que a seriedade é uma forte
característica das HQs, tendo em vista que as criações do homem, somadas
aos elementos presentes na sociedade, são capazes de representar um
instrumento fundamental para esse tipo de configuração e estruturação
desta sociedade capitalista em que vivemos.
Histórias em quadrinhos: uma junção de literatura com artes plásticas
Visto que os gibis possuem o que muitos podem chamar de “leitura
fácil” – o que de fato não deixa mesmo de ser -, isso não significa que
seja menos importante que as demais literaturas.
Acredite: as crianças são capazes de deduzir com tranquilidade o
significado daquilo que estão lendo apenas observando as imagens,
gerando uma imensa sensação de satisfação de atingir o objetivo e,
assim, seguir adiante.
Ou seja, as histórias em quadrinhos conseguem unir duas incríveis e
ricas formas de expressão cultural: a literatura e as artes plásticas!
Para termos uma ideia, na década de 50, aqui no Brasil, algumas
histórias em quadrinhos foram baseadas em obras importantes como as de
Euclides da Cunha, José de Alencar, José Lins do Rego, Shakespeare,
Cervantes, Lewis Carroll e muitos outros nomes da literatura brasileira e
estrangeira.
Para resumir, o interesse que os pequenos demonstram pelos gibis está
na facilidade com que esse tipo de literatura “conversa” com a mente
infantil. Não à toa, as histórias em quadrinhos também ficaram
conhecidas como arte sequencial (termo designado pelo mestre da nona
arte, Will Eisner), por se tratar de uma sucessão de quadros, onde as
imagens são desenhadas uma após a outra, e não fotografadas, como é
feito nos desenhos animados. Então, nos quadrinhos, o que dá ação às
figuras de cada episódio é sua própria leitura e imaginação.