De acordo com uma nova pesquisa (que
envolveu a Universidade de Stanford, o Instituto de Tecnologia de
Massachusetts e a Universidade de Harvard), ter uma renda maior pode
aumentar sua expectativa de vida.
Os cientistas analisaram quanta diferença a renda fazia na
expectativa de vida, bem como a forma como isso muda por localização
geográfica, através dos Estados Unidos.
Para isso, usaram os dados de impostos declarados entre 1999 e 2014
de 1,4 bilhões de indivíduos, com idades entre 40 a 76 anos. Destes,
cerca de 4 milhões de homens e 2,7 milhões de mulheres morreram.
Mais dinheiro, mais vida
Os resultados foram bastante impressionantes. Os pesquisadores
descobriram que os 1% mais ricos viviam uma média de 14,6 anos a mais
(no caso dos homens) e 10,1 anos a mais (no caso das mulheres), em
comparação com os 1% mais pobres.
Para colocar isso em contexto, enquanto um homem no topo 1% pode
esperar viver até a idade de 87,3 anos, e uma mulher até 88,9 anos, seus
compatriotas na ponta de baixo da tabela só esperam viver até aos 72,7 e
78,8 anos de idade, respectivamente.
Além disso, a diferença entre renda e expectativa de vida piorou ao
longo do tempo. Entre 2001 e 2014, os 5% mais ricos tiveram um aumento
de expectativa de vida de cerca de 2,5 anos (2,34 para homens e 2,91
para mulheres), enquanto a expectativa de vida para aqueles 5% mais
pobres aumentou 0,32 anos para os homens e 0,04 anos para as mulheres.
Em cidades mais ricas, os pobres vivem mais
A expectativa de vida também variou entre as áreas geográficas. A
diferença entre a maior e a menor expectativa de vida foi de
aproximadamente 4,5 anos em diferentes cidades, em uma população de
mesma renda (no caso, os 20% mais pobres).
Os pesquisadores queriam analisar por que isso acontecia, e
descobriram que as diferenças diminuíam entre as cidades se você tinha
uma população maior de imigrantes, mais pessoas graduadas e mais gastos
do governo.
Por exemplo, os indivíduos de baixa renda tendiam a viver mais tempo
em cidades com populações altamente qualificadas, rendimentos elevados e
altos níveis de gastos do governo, como Nova York e San Francisco.
Nessas cidades, a expectativa de vida para os indivíduos 5% mais
pobres foi de aproximadamente 80 anos. Em contraste, em cidades como
Gary, no estado de Indiana, e Detroit, em Michigan, a expectativa foi de
aproximadamente 75 anos. Indivíduos de baixa renda que viviam em
cidades com populações altamente qualificadas também apresentaram os
maiores ganhos na expectativa de vida durante os anos 2000.
Ações para aumentar a expectativa de vida
Das 10 áreas metropolitanas dos Estados Unidos com a maior
expectativa de vida para os pobres, seis estavam na Califórnia. As
outras quatro eram Miami, Nova Iorque, Newark e Boston.
Embora essas cidades apresentem grande desigualdade de renda, também
são cidades com boas políticas de saúde pública, como a proibição de
fumar. Pode ser que elas tenham políticas específicas que ajudem a
população de baixa renda.
São necessários mais estudos para ver o que essas áreas fazem de
diferente que poderia contribuir para uma maior expectativa de vida, a
fim de saber se é possível aplicar os mesmos conceitos em outros locais.
[MedicalXpress]