O jovem Juvêncio Uamusse, 17 anos, é natural de Maputo e sonha ser
médico. Ele disse que tem vontade de conhecer o Brasil e que aprendeu
mais sobre o país na manhã desta sexta-feira (8/4), em uma aula
realizada pela ministra Nilma Lino Gomes durante o lançamento do
Programa Brasil nas Escolas, elaborado pela Embaixada Brasileira em
Moçambique.
O lançamento aconteceu na Escola Josina Machel, na capital
moçambicana, onde Juvêncio estuda, junto com cerca de 5,5 mil alunos do
Ensino Médio. O Brasil nas Escolas vai percorrer instituições de ensino,
levando informações diversas sobre a realidade brasileira e atividades
culturais, como a capoeira, que mostra a forte ligação entre os dois
países.
Na apresentação do Programa, o embaixador Rodrigo Baena afirmou que o
Brasil está disposto a apoiar o projeto de Desenvolvimento de
Moçambique, sempre baseado nos princípios de solidariedade, igualdade e
respeito à soberania. Para explicar a iniciativa, ele lembrou a frase de
Roberto Freire, na qual o educador afirma que "não há saber mais ou
saber menos, há saberes diferentes". E é justamente o que o Programa
propõe, segundo o embaixador: "levar saberes diferentes a alunos
brasileiros e moçambicanos, proporcionando ricas experiências de
aprendizado mútuo".
Durante a aula inaugural, Nilma Lino Gomes destacou as principais
características do Brasil e mostrou paisagens semelhantes dos dois
países para que os alunos identificassem a que país pertenciam.
Ao final a ministra e o embaixador fizeram doação de livros e bolas para a direção da Escola Josina Machel.
A arte criada na África - Para encerrar, os jovens assistiram a uma
roda de capoeira, apresentada pelo mestre Sacramento Santos, um baiano,
de Salvador, que vive desde 2011 em Moçambique. Santos é professor da
modalidade e realiza um trabalho social, no qual capacita as pessoas
para ensinarem a capoeira, a fim de que tenham uma fonte de renda e, ao
mesmo tempo, espalhem a prática pelo país.
Segundo o professor, a capoeira foi criada na África e transformada
no Brasil. "Estou tendo a oportunidade de devolver à África sua arte
recriada, acrescida das características que ganhou em nosso país".
Fonte: Secretaria de Políticas da Promoção da Igualdade Racial (Seppir)