provada em Utah, lei que não proíbe consumo nem propõe mudanças foi aprovada sob a justificativa de "proteger famílias"
Utah
se tornou o primeiro Estado norte-americano a declarar a pornografia um
problema de saúde pública. Segundo o governador Gary Herbert, que
sancionou a nova lei, o objetivo é "proteger nossas famílias e nossa
juventude".
A medida não proíbe o consumo de conteúdo
pornográfico, mas pede "maiores esforços para evitar a exposição e o
vício ligados à pornografia". A lei também propõe mudanças na "educação,
prevenção, pesquisa e políticas a nível social e comunitário", mas não
sugere como elas devem ser implementadas.
O Estado de
Utah, que é considerado amplamente conservador, tem uma população
majoritariamente mórmon e um poder legislativo liderado pelo Partido
Republicano.
Por outro lado, em 2009, um estudo da
Escola de Negócios da Universidade de Harvard revelou que Utah era o
Estado com o maior percentual de usuários de pornografia online em todo o
território dos EUA.
Segundo o texto, aprovado no mês passado, a
pornografia "perpetua um ambiente sexualmente tóxico" e "contribui para a
hiperssexualização dos adolescentes, e até das crianças na
pré-puberdade, na nossa sociedade". Algumas pesquisas, por sua vez,
comprovam que o consumo de pornografia não cauda vícios.A novidade já gera polêmicas e foi criticada por um representante da indústria pornográfica, que considerou a lei "antiquada".
Dois ladosA
aprovação da lei contou com forte apoio do grupo ativista
antipornografia Fight the New Drug. Os fundadores da organização são
membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias – mais
conhecida como Igreja Mórmon –, uma vertente religiosa bastante
conservadora. Apesar de mais de 60% da população de Utah ser mórmon, os
líderes da Fight the New Drug negam ter feito lobby em nome da crença.
Já
a Free Speech Coalition, uma associação da indústria pornográfica,
reivindicou maior abertura ao diálogo. "Devemos viver em uma sociedade
onde a sexualidade é discutida abertamente e tratada de forma educada e
sem tabus, mas nunca estigmatizada", afirmou Mike Stabile, porta-voz do
grupo. "Precisamos, porém, trabalhar juntos para evitar o acesso de
não-adultos a material pornográfico." http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/mundo-insolito/2016-04-20/estado-americano-declara-pornografia-como-problema-de-saude-publica.html