Levantamento
inédito do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
revela que o nome próprio mais comum no Brasil é Maria. Segundo o órgão,
11,7 milhões de brasileiras tem esse nome. É mais que o dobro de
pessoas chamadas José, o nome de 5,7 milhões de homens brasileiros. A
informação é do Projeto Nomes no Brasil, divulgado hoje (27).
Baseado
no Censo de 2010, o levantamento compilou 130.348 nomes, durante as
entrevistas em domicílios, sendo a maioria nomes de mulheres: 72.814 –
que representam mais da metade da população do país. O terceiro nome
mais comum no país também é de mulher: Ana.
A
compilação do IBGE revela os nomes mais frequentes por décadas de
nascimento desde 1930, permitindo saber quais entraram e saíram de moda
em cada período da história.
Influência de famosos
A
partir dos anos 2000, por exemplo, se tornaram populares nomes como
Caua, Rian, Enzo, Kailane e Sophia – grafado da mesma forma que o da
atriz italiana, ícone do cinema, Sophia Loren.
O
coordenador do Projeto Nomes do Brasil, Carlos Lessa, confirma que os
famosos influenciam as escolhas das famílias brasileiras, mas que essa
relação nem sempre é clara. “Não temos certeza absoluta que é por esse
fenômeno, mas tem indício. Por exemplo, Romário teve um crescimento na
década de 1990, mas depois veio caindo, o que nos leva a crer que é por
causa da Copa do Mundo, do momento do jogador, mas é sempre uma
suposição”, ponderou.
Outra
influência que parece ter vindo da televisão, na década de 1990, quando
a novela Explode Coração foi ao ar na TV Globo, é o nome Dara, da
personagem principal – interpretada por Teresa Seiblitz– , que cresceu
4.592% depois da novela em relação à década anterior.
Segundo
Lessa, no caso de Dara, a relação parece ser mais forte, porém não está
clara, como no caso de Sophia, quando a atriz italiana fez mais sucesso
antes de 2000.
Para
o coordenador, está confirmado que os brasileiros se inspiram em nomes
bíblicos. Os nomes que fazem referências ao cristianismo nunca saem do
topo do ranking, como José, João, Francisco, Pedro, Paulo e Lucas.
“Gabriel vem logo depois, demonstrando que a influência cristã é muito
forte nos nomes”.
Nomes ao longo das décadas
Ao
longo dos anos, alguns nomes passaram a fazer menos sucesso. No caso
das mulheres, Marcia, Adriana e Juliana, frequentes nas décadas de 1960,
1970 e 1980, foram substituídos por Jessica, nos anos 1990, e Vitoria
em 2000, embora Maria e Ana, sempre aparecem entre os preferidos.
Neusa
e Terezinha, frequentes na década de 1950, perderam espaço. Assim como
Alzira, Oswaldo e Geralda, recorrentes nas primeiras décadas do século
20.
Para
homens, Jose e Antonio, que eram os mais populares até 1980, perderam
lugar para Lucas na década de 1990 e João nos anos 2000. Gabriel também
apareceu mais recentemente.
No
levantamento, o IBGE não considerou sinais como acentos e cedilha. A
perspectiva do órgão é aprofundar a pesquisa dos nomes no próximo Censo,
previsto para 2020.Isabela Vieira, da Agência Brasil