Prefeitura nega que tenha havido irregularidade; medicamentos teriam sido distribuídos antecipadamente
Barra Mansa – Agentes do GAP (Grupo de Apoio aos
Promotores) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro prenderam
na quinta-feira (28) o servidor público Ademir José Alves, de 58 anos,
suspeito de participar de um esquema de fraude na aquisição distribuição
de medicamentos destinados à Secretaria Municipal de Saúde. Em nota
emitida pela assessoria de Imprensa da prefeitura, a secretaria afirmou
que não houve desvio de medicamentos no almoxarifado municipal.
De acordo com o órgão, visando manter os estoques do Hospital da
Mulher e UPA’s (Unidade de Pronto Atendimento) Centro e Região Leste
abastecidos durante o feriado prolongado foi pedida à transportadora a
antecipação da entrega do material.
Ainda segundo a nota, a entrega teria sido realizada normalmente,
porém, por terem sido feitas diretamente nas unidades, não foi feita a
entrada no almoxarifado e nem entregue a nota fiscal. “No dia 27 de
abril, o restante do material foi entregue no almoxarifado municipal,
juntamente com a nota fiscal constando o valor total da compra”, diz um
trecho da nota e conclui:.
“A secretaria ressaltou que está tomando todas as medidas cabíveis
para esclarecer os fatos junto ao Ministério Público. A Saúde enfatizou a
competência e idoneidade do funcionário encaminhado à Delegacia de
Polícia nesta quinta-feira, dia 28, para prestar esclarecimentos. O
prefeito Jonas Marins também está acompanhando o caso e mobilizou toda
equipe para resolver o problema”.
A operação que prendeu o servidor foi comandada pelo promotor de
tutela coletiva do Ministério Público, Gustavo Teixeira Nacarath, e o
delegado adjunto da 90ªDP (Barra Mansa) Michel Floroshk.
O delegado disse que encontrou no almoxarifado da secretaria, no
bairro Saudade, muito menos medicamentos que constava na nota da compra
feita pela prefeitura. O policial explicou que a carga de medicamentos
chegou na última terça-feira.
– A nota estava no valor de R$ 170 mil, e só foram encontrados 20% do
valor desses medicamentos, ou seja, no almoxarifado havia um número
menor de medicamentos e insumos que o descrito no documento fiscal. O
servidor foi preso quando chegava para trabalhar – disse Floroshk.
Ademir teria relatado que alguns produtos já tinham sido despachados
para as UPAs (Unidade de Pronto Atendimento) da cidade. O delegado, o
promotor e agentes do GAP seguiram para as unidades médicas, onde
constataram o recebimento de um quantidade bem menor dos produtos dos
que estava declarados na nota.
O servidor foi preso em flagrante. Ele foi indiciado por peculato
(apropriação ou desvio de valores e bens públicos praticado por
servidor). No final da tarde desta sexta-feira (29), Ademir foi
transferido para a Casa de Custódia de Volta Redonda.http://diariodovale.com.br/tempo-real/mp-prende-servidor-por-desvio-de-remedios-em-barra-mansa/