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Após feijão e leite, alho é vilão da vez na inflação

A prévia da inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) voltou a acelerar este mês, ao subir 0,14% e passar de 0,40% para 0,54% entre junho e julho deste ano. Com o resultado, o IPCA-15 acumula alta de 8,93% nos últimos doze meses – resultado, no entanto, que chega a ser 0,05 ponto percentual inferior ao da taxa acumulada nos 12 meses imediatamente anteriores: 0,98%.
Mais uma vez os preços dos alimentos continuam pressionando a inflação, chegando a subir 1,45% na relação com a prévia de junho, exercendo 0,37 ponto percentual sobre a alta do mês. Com isso e participação de 69% do IPCA-15 no mês, o grupo alimentação e bebidas acusou a mais elevada variação para os meses de julho desde a alta registrada em 2008: 1,75%.
Em Volta Redonda, o que vem assustando os consumidores é o preço do alho: R$ 28,95, o quilo. O mesmo valor dá quase para comprar um quilo de contrafilé, por exemplo. Em 2016, o preço do alho teve alta de 19,96%. Os maiores fornecedores do produto no Brasil são a Argentina e a China. Segundo a Divisão Técnica das Centrais de Abastecimento do Estado do Rio de Janeiro (Ceasa-RJ), nos cinco primeiros meses deste ano, se comparado ao mesmo período do ano passado, houve um aumento de 61% no valor médio do alho argentino e de 40,2% no chinês.
A comerciante Vagna Costa Oliveira, moradora de Volta Redonda, comentou que esta diminuindo o consumo do alho em casa, devido ao preço e substituindo pelo alho triturado, que segundo ela, o preço esta mais em conta.
– Por causa do preço diminui o consumo do alho aqui em casa e tenho substituído pelo alho triturado porque o preço está mais baixo – disse, acrescentando que cada vez que vai ao supermercado se assusta com a variação constante dos preços dos alimentos.
– Tenho me assustado demais, quando vou ao supermercado na segunda me deparo com um preço, quando retorno no final de semana encontro outro ainda mais caro, além disso, o fator do clima também influência na produção dos alimentos, se esfria, alguns itens como o leite e derivados aumenta o preço, está complicado – falou.
A dona de casa Glória Siqueira destacou que pretende diminuir também o consumo do alho e aumentar o uso da cebola, como tempero, mas outros alimentos vilões, como o leite e o feijão, por exemplo, não tem como trocar.
– Alguns desses alimentos, você consegue substituir não por completo, como por exemplo: o alho coloca-se pouco e aumenta na cebola, como tempero. O leite infelizmente não tem jeito, bebe-se menos. O arroz pode ser substituído, em algumas refeições, por macarrão, agora o feijão não tem jeito – disse.
O leite também aumentou 15,54%, em média, e o litro está custando em torno R$ 5,00 nos supermercados da região. O leite em pó também sofreu aumento de 3,26%. E o prato predileto dos brasileiros, arroz e feijão, está cada vez mais pesado. Agora não é só o feijão que está com o preço alto, o arroz que teve os preços elevados em 3,36% na média e o pacote de cinco quilos pode ser encontrado por até R$ 15,00. Detalhe: o preço do feijão também continua subindo. Mais uma vez o feijão-carioca subiu, em média, 58,06%, e foi, isoladamente, o item que exerceu o maior impacto no índice do mês, 0,18 ponto percentual.http://diariodovale.com.br/tempo-real/apos-feijao-e-leite-alho-e-vilao-da-vez-na-inflacao/