Com o lançamento da versão em português do Google Assistant, nesta
segunda-feira (5), todo smartphone ganhou o acesso ao novo assistente
pessoal da empresa, lançado lá fora no primeiro semestre deste ano. Para
utilizá-lo, é preciso baixar o Allo, aplicativo de mensagens do Google,
para sistemas Android e iOS.
O Google Assistant tem como
principal diferença em relação ao Google Now, outro assistente pessoal
da empresa, o fato de se "comportar" mais como uma pessoa, similar ao
que faz a Siri nos dispositivos da Apple.
O Assistant é a arma
do Allo para tentar se diferenciar da concorrência com o WhatsApp,
Telegram, Skype e outros mensageiros. As únicas formas de usar o
Assistant hoje são pelo Allo ou comprar um Google Pixel, smartphone da Google anunciado em outubro e que traz o assistente embutido em um Android exclusivo dessa linha, o 7.1.
No entanto, inicialmente ainda gera dúvidas sobre a sua importância e
eficácia, visto que as pessoas podem baixar o Allo e ignorá-lo --ou não
usar o Allo-- e seguir realizando buscas no Google para obter o que
querem saber, como já estão acostumadas.
Até mesmo o Google já havia criado uma ferramenta com propósito similar: o Gboard,
um aplicativo gratuito para iOS que adiciona ao teclado do smartphone a
opção de busca. Assim qualquer pesquisa feita no buscador da empresa
pode ser realizada na mesma tela do bate-papo, sem a necessidade da
abertura de um navegador.
O português do Brasil é a terceira
língua a ganhar tradução e adaptação para o assistente, depois dos EUA e
Alemanha. A Índia também ganhou o Assistant em hindi simultaneamente
com o anúncio no Brasil. Além disso, os brasileiros ganharam 120
novos stickers exclusivos para o país, com expressões e gírias bem
nacionais como "Falsiane", "Miga sua loka" e "lacrou".
Uma "pessoa" te ajudando
Além de ser capaz de responder a perguntas e frases triviais como "Bom
dia" e "Como vai você?", ele vai dar sugestões com informações diretas a
dúvidas e pedidos como "Mostre-me um restaurante perto daqui",
entendendo o "daqui" como a localização do GPS do celular do usuário e
devolvendo algumas opções de locais para comer por perto.
Ele
também é integrado a outros serviços do Google e do celular, podendo
sugerir um botão para ligar para o restaurante ou mostrar o mapa dele no
Google Maps.
Outra semelhança com o Siri é o comportamento
"espirituoso" do Assistant em alguns momentos. Ao responder por exemplo a
"Onde está Will Byers?" personagem que desaparece no início da série de
TV "Stranger Things", ele responde com "No mundo invertido" com o texto
de cabeça para baixo.
Allo e Assistant ainda com problemas
No Allo você pode conversar com o Assistant em uma área própria,
separada das conversas com pessoas reais --e que guarda tudo ali entre
você e o Assistant como um histórico de conversa-- ou acioná-lo nas
conversas com seus amigos quando achar necessário. Basta acionar o
comando de texto "@google " seguido de alguma pergunta e ele vai trazer
esses resultados.
Para isso acontecer, porém, o usuário terá que
abrir mão de conversas criptografadas acionadas por padrão --como são
as mensagens trocadas pelo WhatsApp. Isso porque o Assistant depende de
receber dados dos usuários e jogá-los aos servidores do Google para
oferecer os resultados. O que não seria possível em uma conversa
protegida. Até há a opção do modo incógnito, onde o conteúdo recebe
criptografia, mas o Assistant não funcionará nele.
Uma das
possibilidades mais interessantes dos assistentes pessoais é o uso por
voz, que quando funciona direito permite que o usuário poupe tempo e
esforço digitando. Isso está presente no Assistant do Allo, mas apenas
na janela exclusiva do assistente. Se tentar usá-lo nas conversas com
pessoas, o botão de microfone vai funcionar como no WhatsApp e gravará
uma mensagem de áudio.
Ainda sobre voz, as respostas do
Assistant são todas por texto, e não por áudio --algo que até o Google
Now já faz em algumas situações. É algo que pode ser impeditivo para
conversar com ele em momentos que as mãos e a atenção do usuário são
requeridas, como, por exemplo, dirigindo seu carro.
Outro
problema verificado nos primeiros usos é que ainda deve haver pequenos
problemas de tradução --uma resposta dele dizia "essa é a lista de me restaurante perto daqui"-- e de compreensão --quando perguntamos "tudo bem?", por exemplo, ele respondeu com um "obrigado".
O Google Brasil promete para "breve" a integração do Assistant com apps
de terceiros como o Uber --o recurso já existe na versão do assistente
para o inglês.
http://tecnologia.uol.com.br/noticias/redacao/2016/12/05/agora-voce-pode-ter-o-assistente-do-google-em-portugues-em-qualquer-celular.htm