Dados do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes)
2015, divulgados nesta terça-feira (6), indicam que o desempenho dos
estudantes brasileiros em matemática e ciências piorou em comparação aos
dados de 2012. Quando o assunto é a capacidade de leitura, os
resultados seguem preocupantes, já que a média não mudou desde então--
quando a pontuação já era considerada ruim.
Em matemática, de
acordo com o relatório, 70,3% dos estudantes brasileiros ficaram abaixo
do nível 2 de desempenho na avaliação --patamar mínimo estabelecido pela
OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) como
necessário para que o estudante exerça plenamente sua cidadania. Na
prática, os alunos não conseguem responder às questões da disciplina com
clareza e não conseguem identificar ou executar procedimentos
rotineiros de acordo com instruções diretas em situações claras.
Segundo a publicação, a habilidade em matemática é definida como a
capacidade individual de formular, empregar e interpretar a matemática
em uma série de contextos. Isso inclui o raciocínio matemático e o uso
de conceitos, procedimentos, dados e ferramentas para descrever,
explicar e prever fenômenos. Há seis níveis de proficiência na
disciplina.
Metade dos alunos brasileiros continuam com dificuldades de interpretação
Os dados do Pisa 2015 também apontam que 51% dos estudantes não possuem
o patamar que a OCDE estabelece como necessário para que se possa
exercer plenamente sua cidadania, considerando sua capacidade de
leitura. Eles não ultrapassaram o nível 2 dentro da escala de avaliação.
Com isso, é possível afirmar que os jovens brasileiros têm dificuldades
em lidar com textos e documentos oficiais, como notas públicas e
notícias. Além disso, têm problemas para interpretar informações e
integrar contextos.
A pontuação do Brasil foi de 407,
enquanto que os países da OCDE tiveram uma média de 493. A média
brasileira foi a mesma de três anos atrás, na última edição do Pisa.
Com sua pontuação, o Brasil teve o desempenho inferior ao de países como
Canadá –que ficou em 1º lugar com 527 pontos, Finlândia (526) e Coreia
do Sul (517).
O desempenho geral dos estudantes brasileiros em
leitura está abaixo da média da OCDE desde o início das avaliações da
disciplina, em 2000 – conforme mostra o gráfico acima.
Desempenho em ciências segue estagnado
Em ciências, quando são avaliadas a capacidade de lidar com conceitos,
teorias, procedimentos e práticas associadas à investigação científica, o
Brasil contabilizou média de 401 pontos, valor também
inferior ao dos estudantes dos países membros da OCDE (493). Em relação
ao Pisa anterior (2012), a média (402) não mostrou grande diferença. O
país seguiu estagnado, já que a variação foi de apenas 1 ponto.
Dentro da escala de avaliação do ano passado,
56,6% dos jovens brasileiros tiveram desempenho abaixo do nível 2, ou
seja, eles não são capazes, por exemplo, de identificar uma explicação
científica, interpretar dados e identificar a questão abordada em um
projeto experimental simples de complexidade mediana.
Escolas públicas federais ficam à frente das escolas particulares
Na separação dos resultados do Pisa 2016 por rede de ensino, a rede
pública federal obteve o melhor desempenho, ficando alguns pontos à
frente da média obtida pelos alunos de escolas particulares.
Na área de ciências, a média alcançada pelos alunos das escolas federais foi de 517 pontos, contra uma média de 487 pontos dos alunos de colégios particulares. Em leitura, os desempenhos médios foram de 528 e 493, respectivamente, para os mesmos casos. Já em matemática, enquanto a média obtida pelos alunos da rede de ensino particular foi de 463 pontos, os alunos da rede federal alcançam, em média, 488 pontos.
O desempenho dos alunos da rede pública federal também superou a média nacional em cada uma das três áreas avaliadas-- 401 pontos em ciências, 407 pontos em leitura e 377 pontos em matemática.
Na área de ciências, a média alcançada pelos alunos das escolas federais foi de 517 pontos, contra uma média de 487 pontos dos alunos de colégios particulares. Em leitura, os desempenhos médios foram de 528 e 493, respectivamente, para os mesmos casos. Já em matemática, enquanto a média obtida pelos alunos da rede de ensino particular foi de 463 pontos, os alunos da rede federal alcançam, em média, 488 pontos.
O desempenho dos alunos da rede pública federal também superou a média nacional em cada uma das três áreas avaliadas-- 401 pontos em ciências, 407 pontos em leitura e 377 pontos em matemática.
Escala de proficiência
O estudo de 2015 avaliou 23.141 alunos brasileiros (de 841 escolas),
com idades entre 15 anos e 16 anos matriculados a partir do 7º ano. O
desempenho dos estudantes foi analisado com base em sete escalas, que
vão de 6, a mais alta, até 1b, a mais baixa.
O que é o Pisa
O Pisa busca medir o conhecimento e a habilidade em leitura, matemática
e ciências de estudantes com 15 anos de idade tanto de países membro da
OCDE quanto de países parceiros. Ele é corrigido pela TRI (Teoria de
Resposta ao Item). O método é utilizado também na correção do Enem
(Exame Nacional do Ensino Médio): quanto mais distante o resultado ficar
da média estipulada, melhor (ou pior) será a nota.
A avaliação
já foi aplicada nos anos de 2000, 2003, 2006, 2009 e 2012. A cada ano é
dada uma ênfase para uma disciplina: neste ano, foi a vez de ciências.
Dentre os países membros da OCDE, estão Alemanha, Grécia, Chile, Coreia
do Sul, México, Holanda e Polônia, dentre outros. Dentre os países
parceiros, estão Argentina, Brasil, China, Peru, Qatar e Sérvia.http://esporte.uol.com.br/futebol/campeonatos/brasileiro/serie-a/ultimas-noticias/2016/12/05/stjd-aciona-vitoria-e-cbf-apos-acao-do-inter-em-caso-victor-ramos.htm