Janeiro é sempre um mês
de balanço. É o mês mais calmo de todos e, por isso, muito propício para
fazermos uma avaliação do ano que passou e estipularmos metas para o
novo ciclo que se desdobra.
Eu aprendi com uma amiga, há muito tempo, a escrever 5 metas todo
começo de ano. Não deve ser mais, pode ser menos. O importante é que
sejam escritas. A vantagem de se pensar de forma concreta naquilo que
desejamos fazer e transpor isso para o papel é que passamos a lembrar
das nossas resoluções o tempo todo e nos mantemos focados em atingi-las.
O que podemos – e devemos – esperar para a Educação brasileira neste ano:
Meta 1. Concluir com qualidade a Base Nacional Comum
para que tenhamos, finalmente, um currículo brasileiro com as
expectativas de aprendizado para cada série e cada etapa da educação
básica. A BNC será importantíssima em várias dimensões: servirá para
direcionar o currículo de formação dos professores, para fazer com que
escolas, professores, diretores, pais e alunos tenham transparência a
respeito do que cada estudante deve aprender em cada fase do ensino e,
também, para criar a régua de avaliação desse aprendizado, medindo o
quanto estamos, de fato, avançando.
Meta 2. Começar a pôr em pratica a reforma do Ensino
Médio, na qual cada Estado brasileiro deve definir as rotas de formação
de seus alunos, tanto nos caminhos específicos da educação básica como
nos caminhos profissionalizantes. Aliás, definir, qualificar e ampliar a
oferta desses cursos profissionalizantes será fundamental.
Meta 3. Ainda com relação à reforma do Ensino Médio,
cada Estado deve definir sua estratégia para ampliar a oferta de
Educação Integral, escolhendo um modelo que privilegie uma verdadeira
formação integral para os alunos, evitando a armadilha do caminho fácil,
ou seja, oferecendo uma simples ampliação do horário dos jovens na
escola. Nós já temos bons modelos de Escola Integral no Brasil. O modelo
de Pernambuco já está testado e provado – e não por acaso é o mesmo que
o governo do Estado de São Paulo está adotando, também com enorme
sucesso.
Meta 4. Testar um real regime de colaboração entre
um Estado e um grande município, como o de São Paulo. Com a declarada
intenção de colaboração do novo prefeito João Doria e do governador
Geraldo Alckmin na área da Educação, os dois secretários, do Estado e do
município, poderão dar o exemplo de um plano conjunto, integrado,
ganhando sinergias entre os dois sistemas para beneficiar,
principalmente, o aprendizado dos alunos. Se der certo – e eu espero que
dê MUITO certo! -, a iniciativa servirá de exemplo de cooperação,
inspirando outras dobradinhas Estados e municípios pelo Brasil afora!
Eu poderia parar por aqui, pois essas 4 metas já são bastante
ambiciosas. Mas gostaria de acrescentar mais uma, uma meta para começar
um real movimento na valorização da carreira dos professores
brasileiros. Eis a minha última meta:
Meta 5. Criar um sistema de avaliação de professores
no qual estejam definidos claramente os “standards” do que é ser um bom
professor. Os professores na ativa atualmente ajudariam na definição
desses critérios e se submeteriam à avaliação de forma voluntária. Um
sistema desse tipo foi criado nos Estados Unidos, começou pequeno e,
hoje, é adotado em 40 estados americanos. Os professores perceberam as
vantagens de fazer parte da avaliação que dá a eles uma série de feedbacks e vantagens em relação à sua carreira.
Se percorrermos essas metas de forma obstinada é possível que, em
2017, estejamos dando um passo histórico na correção de rota da nossa
Educação para, enfim, colocá-la na direção certa e conquistar um ensino
de qualidade no futuro! http://educacao.estadao.com.br/blogs/ana-maria-diniz/5-metas-para-a-educacao-brasileira-em-2017/