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Febre Amarela: devo ou não tomar a vacina?



Secretaria de Saúde de Barra Mansa desenvolve orientações para população evitar correria em busca da vacina, que só deve ser aplicada em quem irá viajar para áreas endêmicas; secretário de Saúde afirma que Barra Mansa não é área de risco

“As pessoas precisam avaliar com mais cautela se tem necessidade ou não de ter que viajar para áreas de risco. A orientação do Ministério da Saúde é para que as pessoas não viagem para locais onde existe surto da doença. E quem não vai viajar, não precisa se vacinar”. Com esta afirmação, a coordenadora do setor de Imunização da Secretaria de Saúde de Barra Mansa, Marlene Fialho de Miranda, tenta tranquilizar a população, que nos últimos dias está fazendo fila na sede da Secretaria de Saúde, em busca da vacina contra a febre amarela.

De acordo com dados do setor imunológico, Barra Mansa passou a receber da Secretaria Estadual de Saúde 600 vacinas por mês para atender a forte demanda, desde que os casos de febre amarela passaram a ocorrer em Minas Gerais. “A vacina é fabricada pela Fiocruz e fornecida pelo Governo do Estado. Barra Mansa não fabrica, não vende e não tem surto de febre amarela. As pessoas precisam ficar mais calmas”, explicou o secretário de Saúde, Sérgio Gomes.

Os números mostram um crescimento considerável de pessoas vacinadas. Em janeiro de 2016,apenas 40 pessoas foram vacinadas contra a doença em Barra Mansa. Em janeiro de 2017, o número chegou a 534. Até o dia 14 de fevereiro, o número de pessoas imunizadas chegou a 915, sendo que em fevereiro de 2016, apenas 35 pessoas se vacinaram. “Eu mesmo não me vacinei. Não vou viajar e não vejo necessidade. No mapa de controle epidemiológico do Ministério da Saúde, Barra Mansa não aparece como área de risco. As pessoas precisam se acalmar e evitar viajar para Minas Gerais, a não ser por necessidade”, ressaltou o secretário.

A técnica em enfermagem da sala de vacinas da Secretaria de Saúde, Rafaela dos Santos Marinho de Moura, explicou que a Barra Mansa nunca esteve na área de risco e que a doença esta concentrada na Zona Rural de Minas Gerais. “Hoje, os casos são da febre amarela silvestre, ou seja, apenas na zona rural. Não existe febre amarela na área urbana”.

Rafaela afirmou que nem mesmo os funcionários da Secretaria de Saúde foram vacinados. “Quando tem algum surto, as primeiras pessoas a serem vacinadas são os profissionais da saúde. No casa da febre amarela, os funcionários da rede pública não estão sendo vacinados porque não existe surto”, explica, lembrando que a vacina sempre existiu e sempre irá existir na rede municipal de saúde.

Ministério da Saúde: Rio de Janeiro não é área de recomendação para vacinação

De acordo com informações do Ministério da Saúde, a vacinação contra a febre amarela é recomendada para uma grande área do Brasil onde a transmissão é considerada possível, principalmente para indivíduos não vacinados e que se expõem em áreas de mata, onde ovírus ocorre naturalmente.A vacinação de rotina é ofertada em 19 estados do país com recomendação para imunização. Todas as pessoas que vivem nesses locais devem tomar duas doses da vacina ao longo da vida.  Mas neste momento, devem tomar a vacina somente pessoas que vão viajar ou vivem nas regiões que estão registrando casos da doença: leste de Minas Gerais, oeste do Espírito Santo, noroeste do Rio de Janeiro e oeste da Bahia.

O Rio de Janeiro, assim como Espírito Santo e parte da Bahia, não são áreas de recomendação para vacinação contra a febre amarela, por isso a recomendação é de que sejam vacinadas as pessoas que moram próximas à divisa com o leste de Minas Gerais. Não há necessidade de corrida aos postos de saúde, já que há doses suficientes somente para atender as regiões com recomendação de vacinação.
A vacina contra febre amarela é a medida mais importante para prevenção e controle da doença, mas é feita com vírus vivo, e suas reações são muito parecidas com os sintomas da doença, podendo causar reações locais sistêmicas como dor local, dor de cabeça e dor no corpo.
Minas Gerais é o estado com maior número da doença
De acordo com o boletim divulgado nesta segunda-feira, dia 13, pelo Ministério da Saúde, o Brasil teve 234 casos de febre amarela e 79 mortes este ano. Desse total, 69 foram registrados em Minas Gerais. O vírus é transmitido pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes e está presente em áreas de mata, rurais e silvestres.
A lista completa de municípios com risco de contaminação da febre amarela pode ser encontrada na página principal do site do Ministério da Saúde (portalsaude.saude.gov.br/).
Como vacinar em Barra Mansa
A secretaria de Saúde oferece a vacina as terças e sextas-feiras, das 8h às 13h e funciona na Rua Pinto Ribeiro, nº 65, no Centro.

Informações para quem pretende tomar a vacina
- Barra Mansa não é área endêmica
- O estado tem mandado poucas vacinas
- Para maiores de 60 anos a vacina só pode ser aplicada com autorização médica
- Gestantes e mulheres amamentando não tomam a vacina
- Pessoas com imunidade baixa não devem tomar a vacina
- Portadores de doença crônica só tomam a vacina com autorização médica
- A vacina só pode ser tomada duas vezes na vida, com intervalo de dez anos

Indicação
Indicação
Esquema
Crianças de 6 meses a 9 meses de idade incompletos
A vacina está indicada somente em situações de emergência epidemiológica, vigência de surtos, epidemias ou viagem inadiável para área de risco de contrair a doença.
Crianças de 9 meses até 4 anos 11 meses e 29 dias de idade
Administrar 1dose aos 9 meses de idade e 1 dose de reforço aos 4 anos de idade, com intervalo mínimo de 30 dias entre as doses.
Pessoas a partir de 5 anos de idade, que receberam uma dose da vacina antes de completar 5 anos de idade
Administrar uma única dose de reforço, com intervalo mínimo de 30 dias entre as doses.
Pessoas a partir de 5 anos de idade, que nunca foram vacinadas ou sem comprovante de vacinação
Administrar a primeira dose da vacina e, 10 anos depois, 1 dose de reforço.
Pessoas a partir dos 5 anos de idade que receberam 2 doses da vacina
Considerar vacinado. Não administrar nenhuma dose.
Pessoas com 60 anos e mais, que nunca foram vacinadas ou sem comprovante de vacinação
O médico deverá avaliar o benefício e o risco da vacinação, levando em conta o risco da doença e o risco de eventos adversos nessa faixa etária ou decorrentes de comorbidades.
Gestantes, independentemente do estado vacinal
A vacinação está contraindicada. Na impossibilidade de adiar a vacinação, como em situações de emergência epidemiológica, vigência de surtos, epidemias ou viagem para área de risco de contrair a doença, o médico deverá avaliar o benefício e o risco da vacinação.
Mulheres que estejam amamentando crianças com até 6 meses de idade, independentemente do estado vacinal
A vacinação não está indicada, devendo ser adiada até a criança completar 6 meses de idade. Na impossibilidade de adiar a vacinação, como em situações de emergência epidemiológica, vigência de surtos, epidemias ou viagem para área de risco de contrair a doença, o médico deverá avaliar o benefício e o risco da vacinação. Em caso de mulheres que estejam amamentando e receberam a vacina, o aleitamento materno deve ser suspenso preferencialmente por 28 dias após a vacinação (com um mínimo de 15 dias).

Viagens internacionais: seguir as recomendações do Regulamento Sanitário Internacional (RSI).

Viagens para áreas com recomendação de vacina no Brasil: vacinar, pelo menos 10 dias antes da viagem, no caso de primeira vacinação. O prazo de 10 dias não se aplica no caso de revacinação.