Samuca
Silva abriu a reunião e afirmou que o governo municipal não apoia desordem e
sim projetos culturais
Moradores,
presidentes de associações de moradores, presidentes de blocos carnavalescos e
representantes das polícias Militar e Civil, Defesa Civil, Guarda Municipal de
Volta Redonda e Corpo de Bombeiros, se reuniram na tarde desta terça-feira, dia
07, no auditório da prefeitura de Volta Redonda para estabelecer ações que
possam acabar com as ilegalidades que ocorreu durante o último fim de semana,
por um grupo conhecido por ‘Isoporzinho’
– movimento formado por jovens menores de idade e que tem causado transtornos
para a população e cometendo ilegalidades, como menores de idade consumindo
bebidas
alcoólicas e outras drogas.
No
último fim de semana, os moradores do bairro Aterrado fizeram inúmeras
reclamações sobre esses jovens ligados ao movimento ‘Isoporzinho’, que
invadiram o bloco de carnaval que havia recebido autorização para desfilar.
“Venho
aqui deixar claro que a prefeitura não apoia desordem. O que apoiamos são as
manifestações populares. O que vem acontecendo é que pessoas estão usando a
fragilidade financeira do estado e do município para fazer desordem e isso não
tem nada a ver com bloco de carnaval”, disse o prefeito durante a
abertura da reunião.
Samuca
ressaltou que por um decreto do Governo do Estado do Rio de Janeiro, os blocos
tem o direito de desfilar e a prefeitura não pode coibir blocos que não possuem
sonorização eletrônica. “O que podemos fazer, e temos buscado agir
dessa forma, é apoiar e organizar, mas os blocos também possuem a
responsabilidades”,
continuou. “Esse é um momento ímpar. Um momento para discutirmos, juntos,
o
desenvolvimento do carnaval em Volta Redonda”, concluiu.
O
aposentado Marcos Cardoso, morador do bairro Aterrado, reiterou o que afirmou o
prefeito, mas pediu maior rapidez na ação da GM e Polícia Militar, por meio do
Ciosp (Centro Integrado de Operações de Segurança Pública). “O que foi
aprovado foi um
bloco e o que vimos lá foi uma baixaria. Pessoas sem respeito algum pelos
moradores. Foi uma afronta à família”, reclamou, solicitando mais
segurança e ambulância em situações como esta.
De
pronto, o comandante da GMVR, Paulo Henrique Dalboni, pediu desculpas pela
demora do atendimento e por algumas informações erradas fornecidas no momento
do atendimento no CIOSP. “Peço desculpas, pois esse não é o
procedimento padrão. Já estamos verificando os fatos e garanto que o
procedimento é atender ao cidadão com gentileza e rapidez”, disse o
comandante, acrescentando que o movimento, conhecido como Isoporzinho, tem se
alastrado pela cidade. “Tem muita gente nesses encontros.
Precisamos buscar algumas saídas para evitar que essas pessoas se misturem aos
foliões e aos representantes dos blocos”, acrescentou o comandante,
sugerindo que os responsáveis pelos blocos usem camisa com identificação para
que a GMVR e a Polícia Militar encontre os organizadores mais rapidamente.
A
secretária municipal de Cultura, Márcia Fernandes, ressaltou que, embora a
prefeitura não seja a responsável pelo desfile dos blocos ( sendo responsável
apenas pelo Bloco da Vida). o governo municipal buscou apoiar esses blocos que
cumpriram as exigências da secretaria. “Nosso objetivo é resgatar o
carnaval
antigo, com marchinhas. Uma festa para toda a família. Tanto, que de 41 blocos
que dependiam da nossa autorização, concedemos o nada opor a 21, pois eram os
que estavam dentro do conceito de carnaval e manifestação cultural”,
informou a secretária.
As
polícias Militar e Civil indicaram a Ilha São João como possível solução para
inibir as ilegalidades. No entanto, os presidentes de blocos apresentaram uma
nova sugestão. “Lutamos tanto para sair da Ilha que não podemos deixar
isso acontecer
por causa de gente que não faz parte de blocos e cometem ilegalidades. Dá para
nos unirmos e ajudar a GMVR na fiscalização, enquanto o bloco acontece. Não
somos empresários do Carnaval, somos presidentes de blocos”, disse o
presidente do bloco Galo Vermelho, Luciano Campos, acrescentando que voltar com
a Festa de Momo para a Ilha São João não iria solucionar o problema.
“Ano
passado, o carnaval foi na Ilha e teve muita briga, pois há rixas de bairro. No
último mês teve uma festa particular na Ilha e os hospitais ficaram lotados de
menores de idade que consumiram muita bebida alcoólica. Então, essa não é a
solução”,
disse,
acompanhado do presidente do Bloco do Lençol, Alessandro Ribeiro.
“Eu
me comprometo a não fazer mais o trajeto pelas ruas do bairro para evitar
atrapalhar o trânsito. Vou ficar parado com o meu bloco e vamos parar o som às
21h, para ver se evitamos a ação dos membros do Isoporzinho. Inclusive, estamos
cadastrando ‘Voluntários do Bem’, que são pessoas que vão nos ajudar a
fiscalizar e as ilegalidades”, afirmou.
Ao
fim da reunião, uma comissão, composta por presidentes dos blocos,
representantes
do Conselho Tutelar e da sociedade civil, foi instituída para colaborar na
fiscalização dos blocos. Ficou estabelecido que a comissão vai atuar desde o
início até o fim do evento e deve ficar atenta ao trajeto que o bloco está
fazendo, ao horário de início e fim do desfile e auxiliar a segurança,
informando à Guarda Municipal e à PM onde está ocorrendo uso de drogas e
menores consumindo álcool.
A
secretaria municipal de Cultura informou que os blocos que descumprirem o que
foi estabelecido não receberão autorização para sair no próximo ano.