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Caminhada de combate ao abuso e exploração da criança e do adolescente reúne 300 pessoas na Vila Santa Cecília



A cada quinze segundos uma criança ou adolescente é abusada no Brasil, segundo dados do IBGE. As meninas são as vítimas potenciais, mas os meninos também já entraram na estatística que mostram ainda que as mulheres também são abusadoras. Muitos pais que se consideram donos de suas filhas, tios e primos que não enxergam o terror que provocam em suas vítimas. Segundo dados da Casa da Criança e do Adolescente, presidida pela Irmã Elizabeth, cerca de 30 mil crianças e adolescentes sofrem algum tipo de abuso todos os anos.
“Quem sabe e não denuncia é conivente, está abusando também”, comenta Irmã Elizabeth que há 20 anos luta pela causa. “Hoje (18/05) é o dia de combate à exploração sexual de crianças e adolescentes. O primeiro lugar como estuprador é o pai, segundo o IBGE”, complementou a Irmã.
Ainda segundo o instituto, 43% das crianças e adolescentes sofrem abuso psicológico (palavras e atitudes que ferem a autoestima); 28% são abusadas sexualmente; 15%, fisicamente e 14%, sofrem negligência (falta de cuidados, de atenção, desleixo).
Como forma de reflexão sobra a data. A Vila Santa Cecília serviu de palco para que cerca de 300 pessoas se reunissem contra o abuso. A caminhada partiu da Praça Juarez Antunes, passou por várias ruas da cidade até chegar embaixo da Biblioteca Municipal, onde ocorreram duas apresentações de crianças e jovens: Intervenção Urbana, do projeto Garoto Cidadão e do Grupo Bate Latas, de dois projetos: Curumim e garoto Cidadão, da Fundação CSN.
A passeata reuniu profissionais da SMAC - Secretaria Municipal de Ação Comunitária, através do DPES (Departamento de Proteção Especial), do qual o CREAS (Centro de Referência Especializado da Assistência Social) e o DPB (Departamento de Proteção Básica) fazem parte; FIA (Fundação da Infância e Adolescência); Casa da Criança e Fundação CSN.
A coordenadora do CREAS Márcia de Souza Braga explica que em muitos casos, crianças e adolescentes sofrem abuso e, num primeiro momento, não entendem que estão sendo abusadas, pois o abusador é uma pessoa muito próxima, como o pai, por exemplo: “É fundamental que as crianças e adolescentes aprendam desde cedo que ninguém pode tocar o seu corpo, elas precisam ser mais esclarecidas. E cada um de nós pode ajudar, ensinando isso. Elas precisam de conhecimento”, declarou Márcia.
América Tereza, presidente da FIA (Fundação da Criança e do Adolescente afirmou que “não dá pra deixar de ter indignação com este tema, não podemos ser indiferentes. Meninos e meninas são abusados até nas escolas, por professores. E não são somente os menos favorecidos que sofrem, crianças e adolescentes de famílias de maior poder aquisitivo também são vítimas deste tipo de violência.  Essa marca uma pessoa leva para sempre em sua vida. Temos que denunciar, pois denunciar é proteger”, afirmou.
O governo Samuca Silva, apóia todas as formas possíveis de combate ao abuso contra crianças e adolescentes. Maycon Abrantes, vice-prefeito e secretário de Ação Comunitária que esteve no evento também representando o prefeito Samuca Silva, considera baixo o numero de denúncias que chegam ao CREAS. “Pouco mais de 100 casos foram denunciados no CREAS nos últimos três anos, é pouco, é um absurdo porque a gente sabe que esse número é muito maior. A família que sabe que tem um abusador em casa precisa se manifestar, tem que procurar a Assistência, delegacia. Dentro da secretaria, o CREAS é a porta de entrada para estas crianças e adolescentes. Disque 3339-9143 ou o número 100. O nosso papel é de fiscalizar, ajudar. Todos merecemos uma vida saudável, uma vida feliz. Nós não podemos permitir que se acabe com a infância de uma criança e de um adolescente. Todos precisamos fazer o nosso papel de fiscalizar e denunciar”, fez questão de ressaltar.