Após 129 anos da abolição da
escravatura no país, ainda faltam políticas públicas que garantam
oportunidades, com imparcialidade, aos negros
Nesta sexta-feira, dia 12, data que antecede os 129 anos da abolição da
escravatura no Brasil, o vereador Marcelo Cabeleireiro (PDT), comentou acerca
da situação da população negra no país.
- Apesar das iniciativas para reduzir a disparidade vivida pelos negros
na nossa sociedade, dados da Organização das Nações Unidas (ONU-2016) demonstram
que o país não obteve grandes êxitos para mudar a realidade de discriminação e
de pobreza vivida pela grande maioria dos negros. O estudo da entidade também denuncia
a ‘criminalização’ da população negra no Brasil – detalhou o vereador,
ressaltando que o mito da democracia racial continua sendo um obstáculo para
reconhecer o racismo no país.
Para o vereador lamentavelmente, a pobreza no Brasil continua tendo cor.
“Segundo o levantamento da ONU, os salários médios dos negros no Brasil são 2,4
vezes mais baixos que os valores pagos aos brancos e 80% dos analfabetos
brasileiros são negros. “Esta triste realidade precisa ser combatida, por meio
de políticas públicas que garantam a população afro-brasileira oportunidades,
com imparcialidade visando o reconhecimento do
direito de cada um.”, disse Marcelo.
Outra agravante apontada pelo estudo da ONU e
apontada pelo vereador diz respeito à educação. Os afro-brasileiros
continuam no ponto mais baixo da escala socioeconômica do Brasil. Sessenta e
quatro por cento deles não completam a educação básica. “Apesar da
implementação de projetos como o Bolsa Família, e a política de cotas nas
universidades, a desigualdade continua para os negros brasileiros. Temos que
analisar ainda o
impacto dessa situação social para a juventude, que enfrenta a limitação à
educação de qualidade, a falta de espaços comunitários, o que consequentemente,
acarreta poucas ambições ou perspectivas de vida", disse.
Para finalizar, o vereador destacou a representação do negro no
Judiciário. “Apenas 15,7% dos juízes são negros e não existe nenhum atualmente
no Supremo Tribunal Federal. Na Bahia, onde 76,3% da população se identifica
como afro-brasileira, apenas nove dos 470 procuradores do Estado são
afro-brasileiros, enquanto no Congresso
Nacional, apenas 8,5% dos deputados são negros”, concluiu Marcelo.