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Volta Redonda tem rede acolhedora para pessoas em situação de rua


Projeto Superação visa reinserir pessoas em situação de rua ao mercado de trabalho

Tenho o sonho de concluir os estudos, me profissionalizar e conseguir um emprego para poder ter uma casa própria”. Foram com essas palavras que Adenilton dos Santos Rodrigues, de 33 anos, resumiu seus sonhos para a vida. Objetivos muito comuns para vários brasileiros. Mas, para Adenilton, tem um sabor especial: isso porque ele morou nas ruas de Volta Redonda por 13 anos e hoje faz parte da rede acolhedora para pessoas em situação de rua da Prefeitura de Volta Redonda.
Através da secretaria municipal de Ação Comunitária (Smac), o governo municipal oferece diversos serviços que vão do acolhimento até a reinserção das pessoas que estavam em situação de rua ao mercado de trabalho formal. Atualmente, 28 pessoas, que estavam nas ruas, moram no Abrigo Municipal Seu Nadim.
Adenilton é um exemplo de que a rede é um sucesso. Há dois anos ele largou as ruas para ir para o abrigo municipal. “Recebi atendimento médico, psicológico e, como tinha dependência química, fui encaminhado para rede de saúde. Hoje estou há mais de um ano sem usar drogas”, celebrou Adenilton, que foi inserido no Programa Superação, com o intuito de reinserir as pessoas em situação de rua no mercado de trabalho. “Faço parte do projeto e recebo uma bolsa financeira. Consegui sair do albergue e alugar um quarto para morar. Isso foi fundamental para mim. O trabalho aqui é muito bom”, destacou o rapaz.
Atualmente, Adenilton serve de exemplo para outras pessoas em situação de rua. Ele chega a participar até de palestras como no início do mês, quando participou de uma reunião na Defensoria Pública da União (DPU) no Rio de Janeiro. “As pessoas em situação de rua precisam de ajuda, elas estão tendo seus direitos violados. Por isso é importante esses projetos que existem em Volta Redonda”, sublinhou Adenilton.
A porta de entrada para a rede de acolhimento para pessoas em situação de rua é o Centro Pop, que funciona no Aterrado. No local, segundo Larissa Fagundes Costa, diretora Departamento de Proteção Social da Smac, o usuário tem acesso a diversos serviços. “Ele pode fazer sua higiene pessoal, lavar suas roupas e receber alimentação. Além disso, também é

encaminhado para a rede de saúde, atendimento psicológico, tratamento para alcoolismo, entre outros, de acordo com sua necessidade”, explicou Larissa.
Também há, como um braço do Centro Pop, o SAM (Serviço de Atendimento ao Migrante), que funciona na Rodoviária Municipal. “O SAM fornece a passagem para alguma pessoa em situação de rua que está apenas passando por Volta Redonda, querendo ir para outro destino. Mas essa passagem só é liberada com a autorização do Centro Pop”, ponderou Larissa.
Após serem inseridos na rede de acolhimento pelo Centro Pop, quem quiser deixar as ruas será encaminhado para o Abrigo Municipal. Segundo Larissa, a unidade tem capacidade para abrigar 50 pessoas, mas atualmente 28 estão usando o local. “Esse serviço é para a pessoa que não quer mais ficar em situação de rua e não tem para onde ir. Em regra, ele deve ficar no abrigo até seis meses, mas isso pode variar de acordo com cada caso”, destacou.
Os usuários do abrigo, além de ter acompanhamento médico e psicológico, também são inseridos no Programa Superação, que tem o intuito de reinserir os usuários no mercado de trabalho. “Eles trabalham na Smac, fazendo capina, participando de oficinas. Como uma bolsa, cada um recebe meio salário mínimo”, disse a diretora do Departamento de Proteção Social.
“Volta Redonda é o único município do Médio Paraíba que tem essa rede de atendimento à pessoa em situação de rua é já é uma ideia implementar novas modalidades de atendimento a essa população, para que cada dia menos pessoas estejam nessa situação no município”, afirmou o secretário municipal de Ação Comunitária e vice-prefeito, Maycon Abrantes.
Larissa ainda ressaltou que, caso algum cidadão se depare com alguém em situação de rua precisando de ajuda, pode entrar em contato com o Centro Pop. “Temos uma equipe que faz esse acolhimento nas ruas. Iremos até essas pessoas para atendê-los”, afirmou Larissa. O Centro Pop, que fica na Rua Paulo Leopoldo Marçal, nº 119, no Aterrado, funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 20hs; aos sábados, de 8h às 14 horas. O telefone de contato é (24) 3339-9588.
Secom / VR