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Alunos do Colégio Paulo Basílio, em Barra Mansa, retratam em mosaicos período da Idade Média

Papel silueta brilhoso, papel 40 quilos, tesoura, cola e muita dedicação. Esses são os principais elementos utilizados, de forma minuciosa, por alunos do sétimo ano do Colégio Municipal Paulo Basílio, no bairro Vila Nova, em Barra Mansa, na produção de painéis em mosaicos, que retratam um pouco da história da Idade Média, por volta do século XII. A oficina de arte desenvolvida pelo professor Rosemberg da Silva tem se revelado uma poderosa ferramenta de integração social e valorização do espaço escolar.


Os painéis expostos nos corredores da unidade escolar chamam a atenção de quem passa pelo local. Segundo o professor idealizador da proposta durante a realização do trabalho é possível trabalhar diversas disciplinas, como história, geografia, matemática, religiosidade e a própria arte. “A atividade tem início com estudo do tema que será retratado no painel, assim é possível agregar novos conceitos e conhecimentos. Em seguida, passamos propriamente para a realização do trabalho em grupo. Cada um fica responsável por uma determinada tarefa. Enquanto alguns alunos se encarregam do traço do quadrante e o esboço no desenho no papel 40 quilos, outros cortam fragmentos de papel silueta coloridos, seguindo o mesmo padrão de formato, cor e tamanho. A partir daí, são delimitados espaços para que os estudantes possam desenvolver suas habilidades de coordenação motora, concentração, paciência e perseverança, através da colagem dos papéis no painel”, explicou Rosemberg.


O professor ainda destacou que os painéis são os resultados conceituais da arte, na perspectiva de uma escola viva e de sua integração com a comunidade. “Cada painel leva em média três semanas para ser concluído, com atividades realizadas em sala de aula e na casa dos alunos. Com isso, recebemos relatos de alguns pais acerca do empenho e dedicação dos alunos neste processo. Na verdade, a produção dos mosaicos abre um leque de oportunidades para a integração entre os alunos, a escola e a própria família. É o trabalho produzido em parte para compor o todo”, disse.


Para os alunos Tharsila Amanda, 14 anos, e Matheus Bueno, 12 anos, a composição do mosaico é um verdadeiro teste de paciência. “No começo é bastante complicado, já que cada pedacinho de papel precisa ser ajustado num determinado espaço. Com a prática, nossos olhos vai ficando treinados para perceber o encaixe perfeito para cada recorte. A gente fica com a sensação de compor, verdadeiramente, o trabalho. É como se estivéssemos dentro do desenho”, revelaram.


ARTE EM LÃ – A mitologia Azteca também compõe alguns quadros, confeccionados a partir do papel 40 quilos, lãs coloridas e cola. Expostos nas paredes do colégio, as peças com deuses, criaturas sobrenaturais e algumas divindades da crença desse povo, como a água, a terra, o fogo, o vento e a lua, ganham uma nova visão a partir da percepção dos alunos.


Tharsila Amanda comenta que não participou da elaboração dos quadros de lã, mas que no seu íntimo, mantém o desejo de aprender essa e outras técnicas de arte. “No início achei que esses trabalhos de arte não tivessem muito a ver comigo. Depois fui percebendo um pouquinho de mim em cada etapa realizada. Estou me identificando tanto com o trabalho que hoje não quero mais largar a oficina. Se tiver oportunidade de estudar artes ou de trabalhar nesta área, eu farei”, confidenciou a aluna.

A diretora do Colégio Municipal Paulo Basílio, Izabel Cristina, revelou que a oficina de arte tem produzido resultados positivos em toda a escola. “Os alunos ficam estimulados a participar da proposta e empolgados com a perspectiva de participarem do trabalho”, concluiu.