BARRA MANSA
Para quem trabalha distante de casa o almoço em pensões e
restaurantes é uma opção que não dá para descartar. No entanto, a
alimentação fora, uma necessidade indispensável na maioria dos casos,
está cada vez mais cara. Uma maneira de aliviar o bolso é cortando o
refrigerante ou a sobremesa do cardápio.
Recente pesquisa feita em todo país e divulgada pela Associação das
Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador (Assert)
mostrou que um almoço nos restaurantes brasileiros hoje, custa em média,
R$ 27 – um valor alto para ser pago diariamente. O levantamento
considerou refeições completas, incluindo bebida, sobremesa e cafezinho.
Foram mais de seis mil, em todo o país, nos diferentes tipos de
restaurantes. “Prato feito, prato comercial, autosserviço quilo, prato
executivo e o a la carte”, informou o presidente da associação, Artur
Renato Brito de Almeida.
Em Barra Mansa, por ser uma cidade interiorana, obviamente o custo é
menor. Mas ainda alto se totalizar os gastos na ponta do lápis no fim do
mês. A equipe de reportagem do jornal A VOZ DA CIDADE pesquisou preços e
opções nos principais estabelecimentos do Centro. Em um deles, sempre
muito cheio, o quilo está custando R$ 33, enquanto o prato feito com
direito a um pedaço de carne e uma massa sai a R$ 13.
Outro restaurante situado na área central da cidade expõe a oferta:
R$ 28,80 pelo quilo ou R$ 9,90 pelo prato executivo.Outra opção é uma
tradicional cantina na rua principal, cujos preços vão de R$ 9,90 o
prato feito, com um pedaço de carne, a R$ 14,50; com dois pedaços.
Também sem balança, há o estabelecimento onde o selfservice sai a R$ 10,
com as mesmas condições.
Um pouco mais em conta, um restaurante perto da rodoviária oferece o
executivo a R$ 8,50. Em todos os estabelecimentos os preços de sucos e
refrigerantes estão, em média, R$ 2,00 e R$ 3,50, respectivamente.
Calculando o preço médio do prato executivo somado à bebida, pode-se
constatar que o barramansense gasta cerca de R$ 12,85 por dia para
almoçar. Se o trabalhador almoça fora de casa cinco vezes por semana, um
gasto mensal equivalente a R$ 295,55, ou seja, mais de um terço (37,5%)
do salário mínimo (R$ 788). A pesquisa feita pelo A VOZ DA CIDADE não
considerou sobremesa.
Segundo ressalta Brito de Almeida, há uma série de fatores que
contribui para a pressão no custo dos alimentos. “Custos de alugueis,
custo da mão de obra crescente, aumento da renda e da demanda que
aconteceu nos últimos anos, aumento dos preços administrados”, enumera.
Conforme os dados da pesquisa, o grupo alimentação e bebidas foi
responsável por quase um terço da inflação - 31% - do IPCA de 2014. O
levantamento considera uma relação que pode ter tido alteração nos
primeiros meses deste ano, por conta da inflação acelerada.
Augusto Martins mora em Volta Redonda e dá aulas em uma academia em
Barra Mansa. Pela distância, fica inviável almoçar em casa. Com isto, o
professor acaba gastando, em média, R$ 400 mensais em refeições. “Faço
dieta e minha comida tem que ser balanceada. Não posso comer em qualquer
lugar e, fatalmente, as refeições naturais são realmente mais caras.
Pesa muito no orçamento e, às vezes, quando não estou muito cansado,
opto por cozinhar a noite e trazer a comida já pronta, para esquentar.
Mas na maioria das vezes, não tem jeito. Tem que enfiar a mão no bolso”,
conta.
Um trabalhador que não quis ter o nome revelado começou a sentir o
peso da despesa neste mês. A empresa para qual presta serviços oferecia
as refeições para os funcionários diariamente, como parte dos
benefícios. No entanto, a firma foi vendida e o atual proprietário
‘cortou’ a alimentação. “Tivemos que começar a comer fora e eu nem tinha
noção do preço, tão pouco estava preparado para esta despesa. Está tudo
muito caro no país, tudo aumentando cada vez mais”, diz o homem que não
tem esperanças de que as coisas melhorem. “O jeito é se adequar. Passar
a trazer comida de casa, ou pesquisar restaurantes mais em conta, ou
ainda cortar bebida e sobremesa da bandeja”, concluiu.http://avozdacidade.com/site/noticias/economia/42396/
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