- A presidenta Dilma Rousseff sugeriu que o Mercado Comum do Sul
(Mercosul) e a União dos Países Sul-Americanos (Unasul) avaliem o
processo de impeachment contra ela no Congresso Nacional, que classifica
como "golpe", durante entrevista coletiva nos Estados Unidos, nesta
sexta-feira, onde discursou na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU),
em Nova York, na cerimônia de assinatura do Acordo do Clima de Paris.
A
presidenta brasileiro se disse vítima e injustiçada com o processo, que
vai se esforçar "muito" para convencer os senadores de que não cometeu
crime de responsabilidade e que "dizer que não é golpe é tapar o sol com
a peneira".
Ao ser indagada pelos jornalistas sobre a repercussão
internacional que o tema está provocando, Dilma contou que recebeu
solidariedade de alguns presidentes que lhe desejaram "força". Segundo
ela, "Outros disseram: ‘Solidariedade, é difícil. Segura, você é
corajosa'. Eu vou dizer o seguinte. Está em curso no Brasil um golpe.
Então, eu gostaria que o Mercosul e a Unasul olhassem esse processo",
disse. De acordo com ela, a "cláusula democrática", prevista nas regras
do Mercosul, prevê que seja feita uma avaliação dos casos.
Dilma
afirmou que não acusa ninguém que propõe eleição direta de golpista, mas
que deve aos seus 54 milhões de eleitores a defesa do seu mandato: "Não
sou contra eleições de maneira alguma. Acho que uma coisa é eleição
direta, com voto secreto das pessoas e o povo brasileiro participando.
Mas acho que tem de ser me dado o direito de defender meu mandato. Não
sou uma pessoa apegada a cargo. Agora, eu estou defendendo meu mandato",
disse.
Segundo a presidenta, não há acusação de contas no
exterior, lavagem de dinheiro nem processos de corrupção contra ela.
"Quem assumirá os destinos do país? Pessoas ilegítimas? Pessoas que não
tiveram um voto para presidente da República. Acho que essa sensação de
injustiça e essa situação de vítima eu não escolhi, me colocaram nela",
declarou.
Após fazer uma longa explicação sobre os decretos
assinados em seu governo, justificativa para o pedido de impeachment,
ela voltou a se dizer injustiçada porque sofre um "processo ilegal,
golpista e conspirador. Eu fico muito intrigada porque tem esse medo
absurdo quando nós falamos que tem um golpe no Brasil. O medo de ter um
golpe no Brasil decorre da absoluta ilegalidade", disse ainda http://odia.ig.com.br/brasil/2016-04-22/dilma-sugere-que-mercosul-e-unasul-avaliem-processo-de-impeachment.html