Empresas
de ônibus não comparecem à audiência pública na Câmara de Barra Mansa
A
audiência aconteceu na terça-feira, 05 de abril, com expressiva participação
popular.
Com
o plenário repleto de munícipes, a Câmara de Vereadores de Barra Mansa realizou
na terça-feira (05) audiência pública para debater os problemas sobre o novo
sistema de transporte público no município. As empresas de ônibus vencedoras da
licitação, apesar de devidamente convidadas, não compareceram à audiência. O
presidente da Câmara, vereador José Luiz Vaneli, o Leiteiro disse que as
empresas haviam confirmado que enviariam representantes à audiência.
-As
empresas entraram em contato com esta casa e confirmaram que enviariam
representantes, mas a ausência delas hoje demonstra a falta de respeito com os
usuários. Queremos esclarecer os fatos e denúncias que recebemos sobre o
novo sistema de transporte – afirmou
Leiteiro.
A
audiência pública atendeu ao requerimento do vereador Luiz Furlani, que
presidiu a audiência. Furlani solicitou ao vereador Ueslei Carlos de Brito que
respondesse algumas questões sobre o transporte público, tendo em vista
ele ser o responsável pela secretaria de
Ordem Pública, até 31 de março. Ueslei foi exonerado da secretaria para
concorrer às eleições municipais em outubro
e retornou à casa legislativa. Apesar de não ser mais o secretário de Ordem
Pública, o vereador Ueslei se colocou à disposição para responder às questões
da audiência. O vereador, entretanto, afirmou que audiência era para ser
realizada com representantes das empresas de ônibus e não com o secretário.
O
vereador Luiz Furlani justificou a realização da audiência afirmando que
existem inúmeras falhas no sistema de transporte do município.
-Recebemos
muitas reclamações sobre o novo sistema de transporte do município em relação à
supressão de linhas, mudança de ônibus para micro-ônibus em bairros com
bastante demanda, aumento da passagem em menos de 3 meses. Se o valor da
passagem aumenta, a empresa precisa oferecer uma contrapartida, que é o serviço
de excelência. O contrato é de 20 anos e as empresas precisam se adequar à
necessidade do povo – afirmou Furlani.
O
vereador Ueslei afirmou que não houve supressão de horários, tampouco redução
de linhas e algumas linhas retornaram após solicitação da população.
-Não
houve diminuição de horários e nem supressão de linhas, o que aconteceu foi uma
otimização do transporte público. Nunca nos furtamos a participar das reuniões
nas associações de moradores para entender a demanda da população. Muita coisa
precisa melhorar, não estamos dizendo que o transporte está excelente. Em
relação ao valor da passagem, as empresas são prestadoras de serviços e
precisam repassar seus custos para as tarifas – disse Ueslei.
O
vereador Leiteiro parabenizou a realização da licitação de ônibus pelo Governo
municipal, mas lembrou que foi uma determinação judicial. O vereador
questionou, ainda, as cláusulas contratuais não cumpridas, como a circulação de
ônibus com ar condicionado.
-Os
ônibus que fazem a interligação no Centro atendem cerca de 25 pessoas por dia,
mas tem um custo de R$25 mil por mês e este custo é embutido no preço da
passagem. Além disso, somente estes ônibus de interligação possuem ar
condicionado – questionou Leiteiro.
O
vereador Rodrigo Drable contestou a função do Conselho de Transporte que não
possui autonomia sobre o valor da passagem.
-Participei
do Conselho em 2013, quando não foi aprovado o aumento da passagem e mesmo
assim o prefeito, através de decreto, deliberou o aumento. Ou seja, o conselho
vota e a decisão não é respeitada. Além disso, gostaria de saber do secretário
se as empresas aproveitaram a mão de obra da empresa São João Batista, conforme
foi determinado na licitação e o porquê de dois reajustes na passagem em menos
de 3 meses – questionou Rodrigo.
Ueslei
afirmou que a grande parte dos funcionários da São João Batista foram
contratados pelas novas empresas e explicou sobre o reajuste da passagem.
-Os
funcionários da São João Batista foram absorvidos, mas alguns não se encaixaram
no perfil da empresa e não passaram pelo período de experiência. Todos tiveram
oportunidade. Acerca dos reajustes da passagem, o primeiro reajuste para R$3,15
aconteceu pois era o valor mínimo que estava em contrato. O reajuste deste ano
para R$3,40, é o reajuste contratual, que irá acontecer sempre em fevereiro –
justificou Ueslei.
Sobre
a alteração nos horários de ônibus, o vereador Cláudio Cruz, o Baianinho,
propôs que as empresas, junto à Secretaria de Ordem Pública e às associações de
Moradores realizem um cruzamento entre os horários antigos e novos para chegar
a um denominador comum e sanar as falhas.