Mais oito escolas estaduais são ocupadas no Rio; número de unidades chega a 25
O número de escolas estaduais ocupadas no Rio chegou a 25, em 12
cidades diferentes. Na manhã desta segunda-feira, estudantes de oito
colégios decidiram aderir à manifestação. São eles: o Colégio estadual
Bangu, em Bangu, Zona Oeste do Rio, o Ciep 403 Prof. Maria Lurdes
Giovanette, em Volta Redonda, o Ciep 335 Prof. Joaquim de Freitas,
Queimados, a Faetec Juscelino Kubitschek, no Jardim América, Zona Norte
do Rio, o Colégio estadual Prof. Alfredo Balthazar da Silva, em Magé, a
Faetec João Barcelos, em Campos, o Colégio estadual Herbert de Souza, no
Rio Comprido, e o Colégio estadual Hispano Brasileiro, no Méier .
A
informação foi confirmada pela Assembleia Nacional de Estudantes
(Anel), entidade que organiza alunos e está auxiliando a organização dos
secundaristas interessados em ocupar os colégios como forma de
protesto. Há, inclusive, uma cartilha de como ocupar sua escola. O
Colégio Estadual Prefeito Mendes de Moraes, na Ilha do Governador, foi a
primeira unidade a ser ocupada, no dia 21 de março. Uma semana depois, o
Colégio Estadual Gomes Freire de Andrade, na Penha, também aderiu ao
movimento.
Cada
ocupação tem a sua própria pauta de reivindicações. No entanto, grande
parte delas pedem pontos em comum, como a abolição do Saerj (prova que
mede o desempenho das unidades), a abolição do currículo mínimo, a
gestão democrática com a participação da comunidade escolar, a abolição
de metas, a volta dos porteiros, eleições dos diretores, criação de uma
grade de disciplinas eletivas, fim da superlotação e livre organização
do Grêmio Estudantil. Um levantamento feito por EXTRA apontou que as
pautas de reivindicações de 10 dos grupos de manifestantes somam 56
pontos diferentes.
Em nota, a Secretaria estadual de Educação
(Seeduc) informou que “não vê nos líderes do movimento intenção em
desocupar as unidades”. A pasta afirmou que “diante da intransigência, a
Seeduc apela aos pais para que conversem com seus filhos, uma vez que
são os estudantes sem aulas os mais prejudicados”. O secretário de
Educação, Antonio Neto, afirmou, na última sexta-feira, que a situação
saiu do controle.
— Não há mais o que fazer. Não sabemos, sequer,
com quem negociar. Tenho certeza de que colegas professores e alunos
não agem como agiram os invasores, ofendendo e agredindo colegas de
trabalho — afirmou.
A Seeduc ainda afirmou que só negociará com as
escolas, a partir de agora, com a presença de líderes estudantis e
representantes do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do
Rio (Sepe-Rio).
Confira a lista de escolas ocupadas
1) Colégio estadual Prefeito Mendes de Moraes (Ilha do Governador)
2) Colégio estadual Visconde de Cairu (Méier)
3) Colégio estadual Gomes Freire de Andrade (Penha)
4) Colégio estadual Heitor Lira (Penha)
5) Colégio estadual Matias Neto (Macaé)
6) Colégio estadual Dr. João Nery (Mendes)
7) Colégio estadual Euclydes Paulo da Silva (Maricá)
8) Faetec Bacaxá (Araruama)
9) Colégio estadual Clóvis Monteiro (Jacaré)
10) Colégio estadual Stuart Edgar Angel Jones (Senador Camará)
11) Colégio estadual Irineu Marinho (Duque de Caxias)
12) Colégio estadual Doutor Francisco de Paula Paranhos (Iguaba)
13) Instituto de Educação Professor Ismael Coutinho (Niterói)
14) Colégio estadual Guanabara (Volta Redonda)
15) Colégio estadual Prof. Gloria Roussin Guedes (Volta Redonda)
16) Colégio estadual Poeta Luiz Carlos da Vila (Manguinhos)
17) Colégio estadual Chico Anysio (Tijuca)
18) Colégio estadual Bangu (Bangu)
19) Ciep 403 Prof. Maria Lurdes Giovanette (Volta Redonda)
20) Ciep 335 Prof. Joaquim de Freitas (Queimados)
21) Faetec Juscelino Kubitschek (Jardim América)
22) Colégio estadual Prof. Alfredo Balthazar da Silva (Magé)
23) Faetec João Barcelos (Campos dos Goytacazes)
24) Colégio estadual Herbert de Souza (Rio Comprido)
25) Colégio estadual Hispano Brasileiro (Méier)
Confira a nota completa da Seeduc
A
Secretaria de Estado de Educação esclarece que o secretário de Estado
de Educação, Antonio Vieira Neto, já recebeu alunos representantes de
colégios ocupados e do Sindicato, com o objetivo de ouvir as
reivindicações.
Entre os assuntos tratados com os estudantes,
ficou estabelecido que, após a suspensão do movimento e liberação dos
espaços, serão tomadas as seguintes medidas:
- Visando a maior
participação estudantil nas decisões escolares, a Seeduc se comprometeu a
conversar com a direção das duas unidades escolares para que organizem o
grêmio estudantil e fortaleçam os conselhos escolares.
- Quanto à infraestrutura, será encaminhada uma equipe para as correções que se fizerem necessárias.
- Tão logo as aulas sejam retomadas, o secretário fará uma visita às unidades.
-
Em relação ao currículo, a Seeduc esclareceu que há uma discussão
nacional em andamento sobre o tema, que prevê a elaboração de uma Base
Nacional Comum Curricular. Os alunos também receberam informações sobre a
importância da realização do Saerj, que é a avaliação anual realizada
nas escolas estaduais, para a melhoria do ensino público.
- Com
referência à convocação de professores concursados, a Secretaria
informou que, desde 2007, foram chamados 71 mil novos docentes, sendo
2.500 em 2015, e 465 neste ano.
- Retirada do pedido de reintegração de posse, tão logo o movimento termine.
Os casos específicos de cada unidade escolar serão analisados após a desocupação.
A
Secretaria, no entanto, não vê nos líderes do movimento intenção em
desocupar as unidades, pois há envolvidos que sequer fazem parte da
comunidade escolar. Diante da intransigência, a Seeduc apela aos pais
para que conversem com seus filhos, uma vez que são os estudantes sem
aulas os mais prejudicados.